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Pela primeira vez na história, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou um olhar detalhado sobre os povos e comunidades tradicionais do Brasil. Os resultados do Censo 2022 são reveladores: a população quilombola do país é de 1,32 milhão de pessoas, distribuídas em 1.696 municípios. Esse recorte inédito oferece insights valiosos que são essenciais para orientar políticas públicas direcionadas a essas comunidades.

Distribuição Geográfica e Dados Precisos

Os dados do Censo indicam que a Bahia lidera com a maior quantidade de quilombolas, totalizando 397.059 pessoas, seguida pelo Maranhão, com 269.074 quilombolas. Em conjunto, esses estados abrigam metade da população quilombola do Brasil. Além disso, 1.696 municípios no Brasil têm população quilombola, com Senhor do Bonfim/BA e Salvador/BA liderando em números absolutos.

Territórios Quilombolas: Avanços e Desafios

O estudo também destacou que existem 494 territórios quilombolas oficialmente delimitados em 24 estados e no Distrito Federal. No entanto, apenas 12,6% da população quilombola reside nesses territórios reconhecidos, evidenciando um desafio crucial para a regularização fundiária. A região Norte apresenta a maior proporção de quilombolas vivendo em territórios delimitados.

Importância dos Números para a Comunidade Quilombola

Gisele dos Santos, recenseadora quilombola, enfatizou a relevância da pesquisa: “Essa pesquisa é importante para mostrar que nós, quilombolas, podemos estar onde quisermos. A luta continua. Eu acredito que esses números se estendem, vão além. Foi difícil fazer essa pesquisa porque muita gente não sabe da importância desses números, mas sei que isso pode melhorar nossa vida, porque precisamos que políticas públicas sejam criadas para atender às nossas necessidades.”

A pesquisa do IBGE não é apenas uma contagem populacional; é um marco na compreensão das comunidades quilombolas. Ela fornece dados precisos que não apenas refletem a realidade dessas comunidades, mas também indicam a necessidade urgente de políticas públicas que respeitem e atendam às suas necessidades específicas. O conhecimento trazido por esse censo é um passo vital em direção a um Brasil mais inclusivo e equitativo para todos os seus cidadãos.